Dawkins sugere que os memes se reproduzem e formam um “patrimônio memético” (que eu chamo de “cultura”) de forma análoga à dos genes, que se reproduzem e formam um “patrimônio genético”, isto é, são transmitidos de uma cabeça a outra assim como os genes são transmitidos de um corpo a outro. Os genes passam de um corpo para outro por meio da reprodução. Os memes passam de uma cabeça para outra mediante comunicação: nos acalantos ouvidos no berço, nos contos de fadas, na conversa dos pais durante as refeições, em piadas, nos desenhos animados da televisão, nas histórias em quadrinhos, nos sermões, nas fofocas, em palestras, em livros didáticos, em filmes, em romances, em jornais, nas letras das músicas, nas propagandas, e assim por diante.
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Toda cultura é um conjunto de indivíduos, e todo indivíduo tem na cabeça uma série completa de valores, conceitos, regras e preferências que, combinados, constituem os projetos de construção daquela cultura em particular. Chamá-los de memes ou marglefarbes é irrelevante. Não há a menor dúvida de que existem.
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